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Um natal do capeta!

26 de dezembro de 2006 4 comentários

Hi folks, e feliz natal =)

Apesar do título nada sugestivo, e com a necessidade de escrever alguma coisa, hoje vem um relato de um 25 de dezembro nada comum. No ócio de uma cidade toda fechada e uma programação horrivel de TV, resolvi melhorar a situação do meu FreeBSD 6.1, que tava esquecido aqui num cantinho do meu HD Secundário. Eu instalei havia alguns meses, mas nunca havia tido tempo para fazê-lo funcionar com todo o vapor. Não passava de um modo-textinho básico sem muita utilidade. Hora de reverter esse quadro! Então, esse é todo o tutorial para configuração de pós-instalação que acabei realizando, é grande mas vale a pena ler!

Sem perder mais tempo, encontrei meus Cds, e resolvi testar algumas coisas. Havia ouvido falar há um tempinho, sobre a GUI de instalação/configuração, o /stand/sysinstall, e que segundo o meu ex-professor Marco Paulo, era bom pra fazer as configurações básicas. Era o que eu precisava, visto que eu não tinha instalado nem o X. Já habituado a usar ferramentas em Unixes, não encontrei o abençoado do /stand/sysinstall. Mas, eu não ia perguntar disso! E usei meu primeiro find no FreeBSD! Que emoção!

# find / -name sysinstall

Alguns minutinhos depois, ele me retorna que a entrara sysinstall havia sido encontrada na /usr/sbin. Começamos bem =) Aproveitando a GUI de configuração, tentei trocar o mouse em modo texto, pois adquiri um novo. Não deu, fiz merda. Mas deixei como estava, nem que por algumas horas. Minhas prioridades eram, naquele momento, instalar o Gnome (que eu amo :D) e configurar o meu ADSL via PPPoE. Fui em packages, mandei instalar a partir do CD-Rom, inseri o CD-02 e ele me deu as opções! Mandei ver no Gnome 2.12 e no X! Estamos indo bem =)

Uns 20 minutos, após a instalação de todas as libs e dependências, digitei startx e meu vídeo estava totalmente desconfigurado. Mesmo assim abriu o TWM, com o mouse se movendo e aquelas outras coisas estranhas que só quem já viu sabe do que eu falo. Um gnome-session me trouxe o splash e os painéis, e tive a certeza que estava instalado. Mas ainda não era hora!

Ao mesmo tempo, e em outro terminal, abri nova sessão do sysistall e mandei configurar a rede. Sem encontrar maneiras para configurar o meu PPPoE, acabei tendo que esperar o Gononome instalar para reinicializar o computador e pesquisar sobre PPPoE em FreeBSD a partir do outro sistema que está no meu HD, o Slackware 11. Após uns minutinhos de pesquisa no Slackware, comecei verdadeiramente a gostar do FreeBSD! Pois, não tão simples quanto no Linux, no FreeBSD eu deveria escrever de forma manual o arquivo /etc/ppp/ppp.conf. Anotei as configurações à mão (pois eu ainda não sei montar minhas partições reiserfs no FreeBSD), reinicializei e tentei. Deu errado por várias horas, foi a parte que mais me atrpalhei, visto que eu estava colocando a interface errada… Assim não funciona mesmo, né? 😉 Então, segue o modelo que usei para fazer meu FreeBSD conectar bunitinho na internet:

default:
set log Phase tun command
set ifaddr 10.0.0.1/0 10.0.0.2/0

brturbo:
set device PPPoE:xl0 # Interface, verifique em seu dmesg!
set authname meulogin@meuprovedor.com.br # login no provedor
set authkey ABCDEFGHIJL # minha senha (pegadinha do malandro)
set dial
set login
enable dns
add default HISADDR

A sintaxe do arquivo é essa, e necessita de um espaço antes de cada linha que não é definição de função, se não ele acha ruim e não conecta. Ao adicionar a linha enable dns, também é necessário criar um /etc/resolv.conf com as configurações de DNS, isso é análogo ao Linux, com a diferença que o FreeBSD simplesmente veio sem. Mas é sem choro…

# touch /etc/resolv.conf
# echo “nameserver 201.10.128.3” >> /etc/resolv.conf
# echo “nameserver 201.10.120.3” >> /etc/resolv.conf

E então é só conectar. Nada de pppoe-connect! Nele é:

# ppp -ddial brturbo

E então, ele conectará. Quer no boot? Então, mais linhas para adicionar, porém essas são no /etc/rc.conf, que é o inicializador do sistema.

ppp_enable=”YES”
ppp_mode=”ddial”
ppp_profile=”brturbo”

Reinicializei só pra ter certeza, e realmente funcionou. Palmas para a documentação oficial do FreeBSD, que é muito boa e ajudou nisso.

Eu já estava configurando o sistema havia algumas horas, e já estava de saco cheio de usar o csh, não achei ele nada prático. Realmente, eu gosto muito do Bash, e aproveitei o fato de estar com Internet configurada para instalá-lo, e aproveitar para testar melhor o ports. =)

Então, fiz a seguinte sequencia de comandos:

# cd /usr/ports/shells/bash
# make install clean

E alguns minutos depois, a criança estava instalada na /usr/local/bin, com entrada já na /etc/shells. Mas, outro fato bizarro que me ocorreu, contrariamente ao Linux e ao Solaris, não estava adiantando eu alterar as propriedades dos usuários nos arquivos /etc/passwd e /etc/shadow. Porra, mais do que nunca eu precisaria entrar na internet para googlear, porém meu X.org ainda estava desconfigurado. Hora de fazê-lo. Então, apesar da configuração do X.org ser basicamente a mesma em vários sistemas operacionais (cito o Linux e o Solaris em especial), no FreeBSD foi beeeeeeem chato… Desconheço o motivo, e o que mais me deu trabalho foi acertar, na unha, o refresh de meu monitor – um vovô Samsung SyncMaster 3Ne, e o meu mouse. O mouse não teve jeito, mas usei o man mouse, que acabou me informando que os dispositivos de acesso ao mouse no FreeBSD seria na /dev/psm0, sendo acessado pelo sistema através do hard-link /dev/sysmouse. Aproveitei e voltei ao sysinstall, para alterar o mouse em modo texto. Mais um resolvido!

X pronto, mas o Gononome ainda não abre automaticamente. E é chato pacaralho usar o startx e chamar a gnome-session… Rapidamente, encontrei a solução ao problema, o Gnome no startx:

# echo “/usr/X11R6/bin/gnome-session” > ~/.xinitrc

Deslogue e logue novamente, aplique o startx, e o Gnome irá abrir no lugar do TWM. Mais uma coisa prestou… 😀

Agora, voltando à solução do meu bash, mais uma rápida busca ao google, descobri que, para mudar a shell padrão de cada usuário, precisa rodar o seguinte comando:

# chsh -s /usr/local/bin/bash

E a shell do root foi alterada do csh para o Bash. Reloguei para fixar, e apliquei no segundo usuário, o Timm. Bash pra todos eles!

Video, gnome, bash, adsl, gnome automaticamente… Ainda falta algo… Ah sim, há várias horas eu não escutava nada além dos vários bips que o meu computador emitia. Faltava o som. Mais uma googleada, e mais um arquivo de configuração à ser alterado. Dessa vez em /boot/defaults/loader.conf. E, mais fácil que o Solaris, bastou-me alterar a linha:

snd_cs4281_load=”NO”
para:
snd_cs4281_load=”YES”

(de acordo com a minha placa de som, mas no mesmo arquivo há vários outros modelos, bastando apenas mudar o NO para Yes). Precisei reinicializar pra isso, mas funcionou.

Então, com o sistema quase completo, usei o ports e instalei o aMSN, o driver da nvidia e um player para testar minha placa de som. Funcionou tudo tranquilo, embora o driver da nvidia não é o mais atual, logo estará resolvido.

Eu também cansei, havia brincado no sistema por horas, e precisava de um descanso. Deixei pendente apenas, o teclado em português em ambiente X, o Gaim 2.0 beta5, que compila porém com falta do SSL (moral da história, não conecta em nada), as fontes true-type (tá tudo serrilhadão!), o GDM e a atualização do Gnome para o 2.16, que tratarei bem em breve.

Concluindo, recomendo à todos os Linux Users que abram sua mente e experimentem esse sistema operacional. O gerenciamento de memória dá de 10 x 0 no do Linux, porém o mercado de aplicativos próprios ainda é meio pequeno. Mas vale a intenção. E esse foi o meu natal!

Abraços,
Lucas Timm.

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